segunda-feira, 23 de maio de 2011

O que o Riso pode fazer por nós:


  • Alivia a tensão: mesmo em momentos de nervosismo o riso pode reduzir o stress e a ansiedade;

  • Atenua a dor: Rir libera a endorfina, hormona produzida no cérebro que produz sensação de bemestar e alivia a dor;

  • Diminui a pressão arterial: no sistema cardiovascular, rir aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial. Isso promove a vasodilatação das artérias ocasionando uma queda de pressão benéfica para os hipertensos;

  • Dá mais oxigénio: rir aumenta a quantidade de oxigénio captada pelos pulmões e facilita a saída de gás carbónico;

  • Fortalece o sistema imunológico: não está comprovado o facto de quem ri ficar menos doente, mas os pesquisadores já sabem que o riso aumenta a liberação de células do sistema imunológico, fortalecendo nossas defesas.

  • Ajuda na memorização: rir durante a apresentação de uma aula ou palestra aumenta o interesse e facilita a aprendizagem

Fonte: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Mas, cá entre nós, quem precisa de um ou de alguns palhaços?


Quantas vezes, diante de algumas realidades difíceis, as pessoas dizem: "Alguém devia fazer alguma coisa!"

A vida nos apresenta situações em que podemos reclamar, até encontrar culpado. Mas são também, muitas delas, as oportunidades preciosas para descobrirmos nossos próprios potenciais.

Muitas pessoas no planeta vivem cuidando de suas vidas, cumprindo todos seus deveres familiares e profissionais, mas não necessariamente, satisfeitas e felizes consigo mesmas.

E um modo muito eficiente de tornar-se mais feliz é abrir seu coração para o próximo, através da dedicação a um ideal, a uma ação socialmente relevante.

Ser palhaço é escolher  unir -se a estes, tendo em comum o desejo de alegrar a vida das pessoas e de tornar seus dias mais fáceis, o peso sobre seus ombros um pouquinho mais leve. E assim, descobrir neste caminho uma alegria que todos podem atingir, bastando para isso quebrar a barreira da inércia e...começar!

Muitas pessoas querem participar deste trabalho porque trazem em seus corações o desejo de ajudar quem precisa.

Mas, cá entre nós, quem precisa de um ou de alguns palhaços?

Não seriam os palhaços criaturas supérfluas, num mundo de tantos afazeres e de tanto sofrimento?

Não vamos contradizer a informação de que há muito trabalho e dor no mundo, mas também é inegável que o bom humor, a alegria e a ternura do palhaço são algumas das formas mais saudáveis de se lidar com essas contingências da vida.

Precisamos rir de nós mesmos!

Precisamos com urgência aprender a encarar as coisas positivamente.

O palhaço traz estampada em si a imagem da leveza e da descontração, que nos arrancam da rotina muitas vezes maçante, ou da auto-piedade, para lembrar que existe vida, alegria e cor no mundo e que há pensamentos belos e divertidos em que pensar, mudando nossa perspectiva das coisas!

Fonte: SOS Só Riso

terça-feira, 19 de abril de 2011

No fundo todos somos Palhaços!


A grosso modo, a diferença entre "clown" e "palhaço" é que os Clowns possuem um humor mais sutil, os movimentos são livres mas de certo modo suaves e delicados baseados na pantomima (que é diferente de mímica para quem não sabe), usam vestimentas mais comuns com pequenos toques extravagantes.

O humor do palhaço é mais pastelão e brincalhão, costuma ser mais divertido e extravagante, esbanja alegria (mesmo que sem querer), usa roupas bastante largas ou apertadas que valorizam os aspectos engraçados de seu corpo. Em questão de sutileza eles não são muito bons e é isso o que os torna tão dignos de atenção. Eles são desastrados.

Não confundir com Branco e Augusto. Existem Clowns Brancos e Augustos e existem também palhaços Brancos e Augustos. São subcategorias de cada "espécie".

Não há nada de certo ou errado em nenhum dos dois. Não é mais certo ser clown ou mais certo ser palhaço. A escolha varia de acordo com o temperamento de cada pessoa. Há quem prefira o clown e há quem prefira o palhaço, questão apenas de opinião, mas é preciso saber que há uma diferença entre os dois.

Na questão da nomenclatura há outro problema. O termo PALHAÇO é muito estigmatizado e as pessoas não dão valor a arte por possuírem um preconceito formado. A palavra PALHAÇO é usada até como forma de ofensa, então essa palavra acaba tornando-se inadequada e pedindo que seja criada uma nova nomenclatura.

Na questão do Clown, o problema é o nome americanizado. Não que isso seja um grande problema, mas existem outros termos portugueses que poderiam ser mais interessantes já que pode-se criar uma arte completamente idependente do que vemos no exterior, portanto, o nome americanizado seria inapropriado.
Para quem ainda não entende. O clown está mais para Charles Chaplin. O palhaço está mais para três patetas. Existem diversos gêneros de palhaço e essa é uma arte bem mais profunda do que imaginamos que seja. Os palhaços circenses, os palhaços de rua, os palhaços de palco, etc, são todos palhaços, mas ser palhaço é muito mais do que pintar a cara e fazer palhaçada.


O curioso é que quanto mais um palhaço "TENTA" ser engraçado, mais sem graça ele é. O palhaço realmente divertido de se olhar é aquele que age verdadeiramente, espontaneamente. Ele não busca ser algo, ele já é. Ser palhaço exige um esforço muito grande de autoconhecimento, de auto-aceitação e de expressão corporal. Está quase ligado a espiritualidade do indivíduo pois ele não pode simplesmente agir, ele precisa saborear cada movimento, cada gesto precisa ser "friamente calculado".


"Você me fala de máscaras... - Com uma máscara é fácil ser engraçado! - Eu rebato seu argumento com a velha frase "Clown, a máscara que mais revela" . É paradoxal, mas para ser um verdadeiro palhaço é preciso, antes de tudo, despir-se de todas as nossas MÁSCARAS e armaduras sociais. Somente quando estamos limpos podemos ser suficientemente verdadeiros ser um palhaço.
No fundo todos somos palhaços.
Só que a maioria de nós não assume.

Fonte: overmundo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O jeito Palhaço de ser


Debaixo da lona céu nada acontece, nada existe além do espetáculo, sua vida.
Sua alegria não está no nariz vermelho.
Não é preciso ter a cara pintada ou a vestimenta engraçada.
Não precisa falar para arrancar risos da platéia.
Arrancar!
O riso hoje está preso, e os palhaços são magníficos foras-da-lei.
Todos podem ser palhaços.
Palhaço é estilo de vida, autenticidade.
Palhaço é indivíduo coletivo.
É semear sorrisos.
Ser palhaço não é fácil, é preciso forçar a vista para ver além do cinza, enxergar o sol atrás das nuvens.
Não é preciso ser sempre feliz, e, quando triste, não significa que está em crise.
A tristeza nada mais é que uma reflexão para aprender a sorrir.
O sorriso é construído de lágrimas.
A tristeza mostra a felicidade.
O palhaço tem um modo único de enxergar o mundo.
Tem também um jeito único de viver o mundo.

Esse é o jeito palhaço de ser...


A oração de um Palhaço

Eu ando em busca de horizontes, Senhor.
E não é o dinheiro que me faz viver assim, mas é o desejo de cumprir esta missão que Tu deixastes para mim.
Me realizo ao ver as pessoas sorrindo, e as vezes, até pedindo que eu não pare a brincadeira.
Pois quando eu vejo cada um dando risada, sinto uma paz abençoada e vou dormir com a alma leve.
Meu repertório tem histórias meio loucas e eu faço caras e bocas para as ver rirem do meu jeito. Mas o culpado de fazer tudo o que eu faço, é um coração de um palhaço, que eu carrego no meu peito.
O Seu sorriso, ta sempre junto comigo. Com ele eu conquisto amigos e minha arte cria asas e a Ti faço conhecerem.
Ao Senhor da Alegria eu agradeço, porque o meu endereço ele sabe e não esquece.
Se ele percebe que eu estou meio tristonho,o meu Deus, em minha oração vem me ver, e através de sua palavra me diz:“Vai em frente filho meu,alegre este povo inteiro que sorri quando te vê, porque se um dia tu parar ou desistir de fazer o povo rir e me conhecer, tu não terás razão de ser”.
E é por isto que eu vivo tão feliz, hei de fazer mais do que fiz, não me falta inspiração, ao meu Jesus agradeço emocionado, por esse jeito abençoado de poder ganhar o pão.
Amém!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

No dia da mentira os Palhaços são de verdade!

No dia 1º de abril estivemos na escola: Educandário Ágape, localizada no bairro Jardim América-São Luis-MA, para comemorar o Dia do Circo, 27 de março.

O Educandário Ágape teve o prazer de receber os palhaços Polanguinho e Tapioca para alegrar o dia. Durante a manhã e a tarde,  fizemos apresentações de mágicas, brincadeiras, danças e outras atividades que os mantiveram entretidos em apenas curtir aquele momento cheio do que todos nós buscamos: Felicidade!

"Foi um momento muito prazeroso que descontraiu as crianças e trouxe alegria e surpresa a este dia bem diferente da nossa rotina. Foi uma manifestação de felicidade, um dia mágico", (afirmou a coordenadora Ilcinete Luso cheia de entusiasmo ao falar sobre o evento)


"Este também foi um acontecimento de superação dos medos e traumas que alguns alunos do fundamental maior tinham em relação à figura do palhaço". (disse a auxiliar da coordenação Ivanilza Silveira)

 
Então aproveitando o momento, gostaríamos de agradecer a todos àqueles que possuem o talento e a disposição de doar alegria, diversão e simplicidade às nossas vidas.

Mais informações: www.educandarioagape.com.br

terça-feira, 5 de abril de 2011

A menor máscara do mundo



"O nariz do palhaço é a menor máscara do mundo, a que menos esconde e a que mais revela."

Todo mundo já se emocionou diante de um clown, mesmo sem saber. Clown não é simplesmente um personagem ou um estilo teatral, uma linguagem. Clown é um estado de espírito. Muitas pessoas são verdadeiros clowns em seu cotidiano sem percebê-lo.
O clown é puro, ingênuo e, por isso, muitas vezes engraçado, o que nos leva – vez ou outra - a confundi-lo com outros palhaços. Ao pé-da-letra a tradução do idioma inglês nos diz isso: “rústico, rude, torpe, indicando depois quem com artificiosa torpeza faz o público rir. É o nosso palhaço.”(Alfredo Panzini) . Mas é preciso compreender as sutis diferenças entre palhaço e clown. Vários autores diferem quanto a estas sutilezas, porém o público interessado poderá tirar suas próprias conclusões, pois mesmo dentro de uma definição, há variáveis.

Palhaço é aquele que vemos nas ruas, nas feiras. Clown está mais ligado ao palco, à arena do circo. O clown é a sombra, o instinto, parte irracional do homem, o enganado e o enganador. No teatro, quando falamos em clown, lembramos primeiro da menor máscara física que existe: o nariz. A partir do foco que ela nos dá seguimos o olhar muitas vezes ingênuo do clown. Mas ela não é parte indispensável da linguagem, pois, como já foi dito, nem percebemos quando um clown está à nossa frente no trabalho, na família, no teatro. Ele simplesmente nos envolve. Algumas vezes engraçado, noutras patético. Fazendo rir.

Também é comum se ouvir falar do ‘clown de fulano’, ciclano dizer que não achou ainda “o seu clown”. Por que o clown é o ator nu, sem subterfúgios, sem ‘máscaras’ preparadas de piadas prontas. Ou seja, achar o clown em si é encontrar o humor sem trapaças, colocar em jogo a si mesmo, sem medo do ridículo, sendo autêntico. Honesto. Verdadeiro. Com vontade e muita concentração. É necessário estar atento o tempo todo e de maneira humilde fazer rir, construindo pontes entre as pessoas. Sem medo de ter perdido tempo. Ora, como fazer isso se não for inteligente? Por todos estes motivos, diz-se que não há maneira de uma escola ensinar verdadeiramente a “técnica de clown”.
Um verdadeiro clown faz rir de si mesmo e não à custa dos outros. Ser clown é uma filosofia de vida pra um artista. “Cada um tem sua pequena filosofia... A minha é não poder conceber meu trabalho senão como um clown honesto e verdadeiro: sua atitude e seu caráter transmitem-se através de sua arte, portanto é interessante tentar mostrar-se humano, gentil, com humor. Minha vida, meu ofício, tudo está no mesmo saco!”
Mesmo quando se retira de cena, o palhaço dá uma lição de vida e perseverança e talvez por isso se diga que, dentro das artes cênicas, fazer rir é uma arte à parte.
1. Alfredo Panzini, em seu Diccionario moderno.
2. GROCK: http://br.youtube.com/watch?v=jb_our5nLn4&feature=related
3. OLEG POPOV: http://br.youtube.com/watch?v=6iedTnII23c&feature=related
4. DIMITRI : In "Clowns & Farceurs", Ed. Bordas, Paris, 1982, p. 36-37. Tradução de Roberto Mallet
5. FELLINI: In "Fellini por Fellini", L&PM Editores Ltda., Porto Alegre, 1974,
Tradução de Paulo Hecker Filho.
6. JE aplauso: http://www.jeinformaaplauso.blogspot.com/

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ser Palhaço


"Eu quero explicar a vocês
O que é ser um palhaço
O que é ser o que eu sou
E fazer isso o que eu faço

Ser palhaço é saber distribuir
Alegria e bom humor
E com esforço contentar
O público espectador

Muita gente diz “Palhaço”
Quando quer xingar alguém
E esse nome pronunciam
Com escárnio e desdém

E ao ouvir esta palavra
Outros sentem até pavor
Como se palhaço fosse
Criatura inferior

Mas de uma coisa fiquem certos
Para ser um bom palhaço
É preciso alma forte
E também nervos de aço

E além de tudo é preciso
ter um grande coração
para sentir isso o que eu sinto
grande amor à profissão

O Palhaço também tem
Suas noites de vigília
Pois lá na sua barraca
Ele tem a sua família

Palhaço, meus amigos,
Não é nenhum repelente
Palhaço não é bicho
Palhaço também é gente

Falo isso em meu nome
E em nome de outros palhaços
Que muitas vezes trabalham
Com a alma em pedaços

Ser palhaço
É saber disfarçar a própria dor
É saber sempre esconder
Que também é sofredor

Porque se o palhaço está sofrendo
Ninguém deve perceber
Pois o Palhaço nem tem
O direito de sofrer"

Poema recitado algumas vezes pelo Palhaço Picolino

sábado, 2 de abril de 2011

Efeitos terapêuticos do riso. Descubra os beneficio ao organismo produzidos por uma boa risada.


É extremamente importante que uma pessoa dê risada. É comprovada a importância desse fenômeno que muito contribui para a saúde das pessoas. Veja o que acontece com o organismo:

1. O hormônio do estresse, que é produzido pelas glândulas supra-renais é reduzido.

2. Com o riso, suas lágrimas passam a ter mais imunoglobulinas, um anticorpo que é a sua primeira linha de defesa contra algumas infecções oculares provocadas por vírus e bactérias.

3. Sua boca também passa a ter mais imunoglobulina, o que resulta em uma melhor função imunológica.

4. O riso acelera a recuperação de convalescentes e é eficaz no combate a dor.

5. O poder do riso, de ativar a produção de endorfinas, é tão eficiente quanto a acupuntura, o relaxamento, a meditação, os exercícios físicos e a hipnose.

6. O nível de cortisol aumenta de forma nociva durante o estresse e com o riso diminui significativamente.

7. A pressão sanguínea aumenta durante o riso e cai abaixo dos níveis de repouso. O riso diminui a tensão muscular, um dos principais fatores que contribui com doenças ocupacionais, como a DORT – Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho.

8. O ar é expelido em grande velocidade pelos pulmões e pelo organismo quando você dá uma boa gargalhada. O corpo todo é oxigenado – inclusive o cérebro. Este fenômeno contribui tanto para que você pense com clareza, quanto para uma boa forma aeróbica.

9. O riso possui um efeito antiinflamatório nas juntas e nos ossos que contribui para reduzir a inflamação e aliviar a dor em condições artríticas.

10. Durante o estresse, a glândula supra-renal libera corticosteróides que são convertidos em cortisol na corrente sanguínea. Níveis elevados de cortisol têm um efeito imunossupressivo

11. O riso reduz os níveis de cortisol e protege o sistema imunológico – o estresse é o elo entre a pressão alta, a tensão muscular, o sistema imunológico enfraquecido, enfarto, diabetes e muitas outras doenças. (Vencer, Dez/01, p. 50).

Fonte: Academia Letras Brasil

quarta-feira, 30 de março de 2011

A graça do palhaço e a do Senhor Jesus

Antes de começarmos este diálogo, gostaria que você se desprendesse de qualquer preconceito com a palavra e a figura do palhaço. Entenda o palhaço é um arquétipo do ser humano, mas como as emoções, traços e situações exageradas. O termo palhaço ou palhaçada se transformou pejorativo. Mas não é este o nosso entendimento sobre o palhaço, não me sinto ofendido quando brincam inúmeras vezes comigo me chamando de palhaço. Por isso gostaria de gastar um tempo falando a essência de nossas palhaçadas.

O que isso tem a ver com Jesus? Tudo. Desculpe-me o trocadilho, mas a graça do evangelho foi à custa do próprio Senhor Jesus e não de nós. Jesus assumiu a responsabilidade de tudo, ele pagou o preço da salvação na cruz, a graça do evangelho foi às custas dEle, do seu sacrifício vicário.

Essa é uma grande diferença de graça. Existem “palhaços” que tiram risadas às custas dos outros, às vezes do entrevistado, ou das pessoas que estão passando na rua e nós achamos engraçado isso, porque gostamos de ver as reações da pessoa que está sendo zoada. Não quero fazer juízo de valor dos atores que fazem isso, mas não é essa a proposta da graça que estamos passando , mas sim uma graça superior, a amparada no exemplo de Cristo.

É a proposta do humor onde o palhaço se dá “mal”, batendo na porta de um hospital para tirar um sorriso de uma criança hospitalizada, ou de um palhaço que demonstra com gestos que o companheiro dele (outro palhaço) está fedendo, ou até de um palhaço que com um pequeno vento na praça começa a se agarrar no poste para não “voar” junto com as folhas, onde todos acham graça por perceber que não passa de uma brisa leve.

Isso é a verdadeira graça, devemos buscar sempre fazer uma junção saudável entre a graça dos palhaços e a graça do nosso senhor Jesus Cristo. Que ela sempre seja estabelecida às custas de quem a oferece. Pois aí sim, veremos pessoas felizes não apenas pelo humor do palhaço, mas pela graça que esta por trás do palhaço.

Fonte: Marcos Botelho

terça-feira, 29 de março de 2011

DICAS PARA PALHAÇOS DE HOSPITAL

Trabalhar como clown de hospital é um assunto muito sério. Não se trata somente de fazer rir, senão de tentar compreender o estado psicológico desses pacientes nesse momento e, então, intervir para desviar sua atenção para um lugar onde possam recuperar sua alma infantil.
Não é simplesmente fazer palhaçadas por fazê-las, é ser cúmplice da dor das crianças e de seus pais.
Devemos levar o trabalho muito a sério porque não é toda equipe médica que entende – ou aceita – o que se faz; para muitos, esse trabalho pode parecer uma bobeira e qualquer erro que cometamos poderá ser maximizado.
Este trabalho não substitui os remédios, é uma ferramenta com a qual o médico pode contar para fazer seu trabalho, que é restabelecer a saúde do paciente; por isso mesmo é importante conhecer os aspectos gerais das doenças que encontraremos ao longo do nosso trabalho.
Não se pode, por exemplo, falar que estamos mortos de sede e tomaríamos um balde de água tranqüilamente quando estivermos dentro da área de “nefrologia”, na qual as crianças têm restrições para beber água.
Temos que começar a aprender algo mais sobre esse assunto para que a sociedade nos aceite como profissionais necessários, úteis, e não como palhacinhos que visitam as crianças durante as festas de Natal.
Não se trata de caridade, senão de justiça, não é um ato caridoso, é uma atividade solidária.
* O trabalho deve ser feito sempre em duplas.
* Devemos evitar ser barulhentos, temos que ajudar os pacientes a relaxarem, pois já existe suficiente estresse no ambiente.
* Sempre devemos pedir permissão para entrar numa sala ou aproximar-se de uma cama, a permissão deve ser dada pela própria criança, pelos “donos da casa”. Devemos levar em consideração que quando uma criança entra num hospital perde o controle sobre si mesma; ela é deixada ali sem seus pais, é observada e tocada por estranhos, recebe injeções e medicamentos, tudo à revelia de sua vontade; deixemos que ela pelo menos decida se quer um palhaço perto dela ou não. Geralmente as que se negam a receber um palhaço, no início, logo irão, elas mesmas, convidá-lo. Quando receber uma resposta negativa o melhor a fazer é dizer: “tudo bem, quando você quiser que eu me aproxime você me avisa, tudo bem? Estou por aqui...” e tudo isso com um bom clima.
* É bom envolver os pais e enfermeiros no trabalho – quando estes estejam presentes, claro, porque isso suaviza a tensão e alegra às crianças, tornando íntimo o que parece distante.
* Fique atento a tudo para poder variar sua rotina quando for necessário.
* Não permita que pais ou equipe médica usem sua presença para chantagear as crianças (tipo: “se você não comer o palhacinho não vai brincar com você”).
* Uma criança que vai passar muito tempo hospitalizada necessita uma abordagem diferente daquela que está ali a pouco tempo. O trabalho com pacientes crônicos passa muito por saber seu nome, seus gostos, para poder conectar-se com ele de uma maneira mais íntima, mais próxima.
* Sempre saber o nome da criança e de seu diagnóstico (não se pode fazer rir a uma criança operada do estômago porque seus pontos se abrem!).
* Também é importante não envolver-se emocionalmente com a situação que estão vivendo, porque senão você “leva o paciente para casa” e sofre. Isso não quer dizer que não comparta a dor com eles mas, sim, que você isola cada caso de sua vida privada.
* As roupas do clown devem estar em bom estado, limpos e cuidados. Qualquer rasgo ou descosido é ampliado pela proximidade e faz com que o clown perca sua dignidade.
* É recomendável lavar as mãos após cada visita.
* Dar mais atenção às crianças mais retraídas, elas são as que mais sofrem e mais necessitam nossa ajuda.
* Desfaça qualquer tipo de “jogo” que suponha perigo para a criança, por menor que seja. Também não é bom aproximar-se muito dos que estão conectados ao soro (e aparelhos similares), isso os deixa mais tensos.
* Quando a criança não pode se mexer ou está conectado a algum aparelho, devemos fazer “jogos” realmente pequenos, como carrinhos sobre sua roupa, música suave, bonecos de dedo.
* Controle os “jogos” que fizer em cada sala, para não repeti-los com as mesmas crianças.
* Estes jogos podem ser recuperados de tempos em tempos, quando os pacientes sejam outros.
* É muito importante ter uma boa relação com a equipe médica de cada área. Saber se precisam que se dê alguma mensagem a alguma criança em especial (ao que não come, ao que recusa ou resiste ao tratamento...)
* Evite as brincadeiras pesadas mesmo nas áreas de transição entre uma ala e outra. Devemos lembrar que estamos num hospital e todos ali estão preocupados com algum familiar doente; devemos sempre nos aproximar com suavidade.
* No caso de atender a crianças com doenças terminais deve-se ter muito cuidado com o que se diz sobre o “futuro”. Evitem se desgastar dizendo coisas como “não se preocupe, logo você vai estar juntinho da sua família e de seus amigos, vai melhorar e ficar curado” e coisas do tipo. No geral, essas crianças e suas famílias são preparadas para enfrentar o que está por vir e dizer essas coisas é contra-producente para a aceitação da doença.
* Evite levar presentes para as crianças, devemos ter bem claro que vamos brincar com eles, e não levar presentinhos. No caso de perceber que alguma criança necessita um presente, o ideal é preparar um brinquedo com ele (boneco de meia, de papel, etc.).
* Se prometer levar alguma coisa a uma criança, cumpra. Ela estará esperando.

Fonte: Bola Roja

AS BASES DO CLOWN

“Uno no actúa un Clown, uno lo es”.
(Jacques Lecoq)
Observa a ti mesmo... tuas ações, tuas reações, tua maneira de ser, de caminhar, de ver o mundo, de expressar-se. E exagera a ti mesmo.
A busca do clown é a busca do próprio ridículo.
Expressar-se sendo tu mesmo, sendo natural, é fantástico. Porém, tens que manter a naturalidade desde um estado de energia alta. Se o fazes com uma energia comum, poderias estar comprando no mercado... Qual é a graça? Não serás diferente, porém maior que a imagem que tens de ti mesmo. Ser clown é surpreender a atenção das pessoas... e roubar-lhes o coração.
Converte tuas debilidades pessoais em FORÇA TEATRAL.
Ser clown é a máxima liberdade, a liberdade de arriscar-se...
Não te defendas.
Se um clown baixa as calças de outro, este não o impedirá, observará como lhe baixam as calças com ingenuidade, até que se dê conta de que está em evidência diante do público. Logo pode vingar-se, porém não se defende, deixa que as coisas aconteçam.
Encontra prazer em tudo o que fazes.
Se tu não desfrutas, ninguém o fará. Não podes comunicar prazer a menos que o sintas. O clown joga alto pois nada tem a perder, e portanto é... LIVRE!!! É este o prazer com o qual o público se conecta. Se estás incômodo, distraído ou aborrecido em cena, o público nota e se afasta de ti.
Observa o público.
O público é o espetáculo que diverte e emociona o palhaço. O palhaço não age, reage às ações e às emoções do público. A inspiração, o roteiro, o texto, o momento de encerrar, tudo vem do público.
O CLOWN É...
  • Ingênuo, tolo. Porém não infantil!
  • Entusiasta. Emociona-se com qualquer coisa que lhe proponham e está sempre entusiasmado de ter um público com quem compartilhar.
  • Inocente e vulnerável. Permite-se fazer qualquer coisa porque é inocente e não espera que lhe façam algo mau. Não se defende (porém depois pode vingar-se). Mostra-nos sua vulnerabilidade e é isto que o torna mais humano ou que mais nos toca.
  • Torpe e estúpido. Sempre se equivoca ou mete os pés pelas mãos. Faz as coisas ao contrário, por exemplo, se há um piano e a cadeira está longe, não moverá a cadeira até o piano, moverá o piano até a cadeira.
  • Curioso como uma criança ante tudo o que lhe acontece ou encontra.
  • Sonhador e realista ao mesmo tempo.
  • Claro em tudo o que faz. Até a última pessoa da sala, ou a mais estúpida, há de entender sua intenção e seus atos.
  • Honesto. Crê no que faz. Está nu ante o público, mostrando-se tal como é.
  • Sê tu mesmo o mais profundamente possível e ganharás o coração do público.
O CLOWN ESTARÁ...
  • Relaxado e confortável em cena.
  • Em comunicação com o público. Ouvindo. A quarta parede está atrás do público.
  • Atento ao que ocorre ao seu redor, aproveitando qualquer coisa imprevista que aconteça para incorporá-la ao seu mundo.
  • Disponível.
O CLOWN...
  • Quer ser amado.
  • Quer ser como os demais (como um menino que quer ser adulto).
  • Entra em contato direto e imediato com o público e seu jogo é influenciado por estas reações.
  • Olha e vê o público. Compartilha com o público... tudo o que faz, tudo o que lhe acontece.
  • Escuta a risada (ou sua ausência).
  • Expressa suas emoções ao máximo (e pode passar de uma a outra em um instante).
  • Tem emoção e/ou intenção em tudo o que faz.
  • É mais visual que textual.
  • VIVE NO FRACASSO
    — fracasso da pretensão: o clown realiza um número lamentável que ele crê genial. Anuncia a proeza do século e é apenas uma pirueta ou um malabarismo de três bolas. O público rirá dele.
    — fracasso acidental: o clown não consegue fazer o que quer (um equilíbrio que não se consegue, um tombo depois de um simples salto, etc).
  • Reconhece seus fracassos. Quando um clown fracassa, quer dizer... faz algo e não provoca risos (quando é isto o que pretendia), em geral conseguirá uma risada se reconhecer seu fracasso. A forma de reconhecer este fracasso variará em função do clown.
  • Aproveita seus êxitos. Se faz algo que funciona (provoca risos), é um ás na manga que pode utilizar em outro momento em que algo não funcione para conseguir novamente uma risada. Pensa simples. Atua com o coração e não com a cabeça. Em realidade não pensa, faz! É!
  • Leva as coisas ao extremo. Qualquer coisa pode ser levada até extremos inverossímeis. E é nestes extremos onde quase com toda certeza conseguirá fazer rir ao público.
  • Tem problemas, porque é estúpido, torpe e ainda tem uma boca grande. Não busca problemas, encontra-os. Dirá que sim a qualquer coisa para permanecer em cena, ainda que provavelmente vá se meter em confusão. Por exemplo, se lhe perguntam se fala russo, dirá — “claro, fui professor de russo durante 25 anos”, e na realidade não tem nem idéia. Então lhe dão um texto para que traduza. E já se meteu em um problema.
  • Pode levar séculos para fazer algo (ou inclusive não chegar a fazê-lo nunca), porque se distrai com qualquer coisa, por mais insignificante que seja.
  • Chega ao palco com energia de ganhador, mesmo que seu personagem seja um perdedor (em tal caso, sairá com a energia do maior perdedor da história).
  • Em geral, tem um tempo mais lento que o de uma pessoa normal. Quer dizer... ao clown acontece algo que o coloca em evidência diante do público, como exemplo, chega com uma maleta que se abre e cai tudo que estava dentro. Uma pessoa normal reagiria imediatamente, recolhendo tudo e tratando de passar despercebido, o clown não. Ou seja, a maleta se abre e cai tudo o que há em seu interior: olha tudo no chão, (pausa 1... 2... 3... para assimilar o que aconteceu), olha o público (pausa 1... 2... 3... para mostrar sua vulnerabilidade, quer dizer... para que o público veja que se sente em evidência — “putz, caiu tudo e ainda por cima me viram”), recolhe tudo e volta a olhar para o público (pausa 1... 2... 3... como quem diz — “aqui nada aconteceu”). Essa pausa (esse tempo 1... 2... 3...) é o tempo que o clown necessita para assimilar o que lhe aconteceu e para mostrar ao público como se sente, e é também o tempo que o público necessita para “ler” o que está acontecendo ao clown.
Arrisca-se. Se algo não funciona, quer dizer, não faz o público rir, levará até o extremo o que faz ou buscará novas vias de fazer ou dizer o mesmo, ou fará algo totalmente diferente.
Resumindo...
  • Não atue, seja real. Quanto mais natural fores, quanto mais honesto, mais perto estarás de teu clown. Porém recorda... energia alta!!!
  • Olhe e veja o público, escute-o e compartilhe tudo com ele.
  • Seja ingênuo e estúpido, porém não infantil.
  • Mostra tua vulnerabilidade.
  • Tenha sempre uma emoção e/ou uma intenção. E não ilustres as emoções, expresse-as com teu olhar, com teu corpo!
  • Reconhece teus fracassos e aproveita teus êxitos.
  • Faz rir com o que és, com como fazes as coisas. É mais importante o como que o quê. Quer dizer... é mais interessante conseguir o riso com como fazes algo que com o que fazes em si mesmo (bom... também, mas o primeiro é mais importante).
  • Não busque o riso, encontre-o.
Material produzido por Alex Navarro & Caroline Dream, traduzido do espanhol e ilustrado pelo Maestro Cantai especialmente para o MUNDOCLOWN. As fotos são de Alex Navarro.

TIPOS DE CLOWNS

I. Definições breves
Branco: Também chamado Carabranca, Pierrot, Enfarinhado e Esperto ou Sério, no Brasil, Escada. Nascido na Inglaterra em meados do século XVIII (Giuseppe y Joe Grimaldi), costumava aparecer maquiado de branco e enfunado num elegante vestido brilhante. De aparência fria e lunar, representa a lei, a ordem, o mundo adulto, a repressão — características que não fazem senão realizar o protagonismo do Augusto. Grandes clowns brancos: Footit, Antonet (foto), François Fratellini, Pipo Sosman, René Revel, Alberto Vitali. Etimologia:do latim colonus, destripa-terrones, passando pelo inglês clod e clown.
Augusto: também chamado Tonto, no Brasil, Toni ou Tony. É extravagante, absurdo, pícaro, mentiroso, surpreendente, provocador. Representa a liberdade e a anarquia, o mundo infantil. Vestido de qualquer maneira, tem um característico nariz vermelho postiço e grandes sapatos. O augusto se diversifica em múltiplas categorias, algumas das quais se indicam a seguir. Diversas lendas coincidem a fazer nascer o personagem no Circo Renz de Berlim (1865), encarnado por um tal August, um moço de jeito enfadonho e beberrão — de onde vem o nariz vermelho. Grandes augustos: Chocolat (foto), Beby, Albert Fartellini, Porto, Rhum, Bario, Achille Zavatta, Charlie Rivel, Pio Nock, Carlo Colombaioni.
Segundo Augusto: também chamado Contraugusto e Trombo. Terceiro elemento de um trio de palhaços, que amplia as gags do primeiro Augusto. Muitas vezes é musical.
Excêntrico: evolução do personagem do Augusto, contraposto a este pela dignidade de sua sabedoria e pela inteligência que demonstra ao enfrentar as dificuldades que muitas vezes resolve com uma genialidade surpreendente. Apresenta-se sempre só e normalmente não fala. Como oponentes dramáticos substitutivos do clown, usa instrumentos musicais e outros objetos. Excêntricos famosos: Little Tich, Don Saunders, o último Grock (foto), o último Charlie Rivel, Avner, Tortell Poltrona, Howard Buten "Buffo".
Vagabundo ou Tramp: tipo de augusto solitário, habitualmente silencioso e com pinceladas de marginalizado social. Os expoentes maiores desta especialidade são Clarlot no cinema e, na arena do circo, Joe Jackson (foto), Otto Griebling e Emmet Kelly.
Palhaço de sarau: especialidade de palhaço (normalmente augusto) que atua nas entradas de barragem. É um descendente evoluído dos primeiros augustos, os quais, antes de formar parcerias com os clowns, se ocupavam de entreter o público para preencher o vazio entre os números de circo (montagem e desmontagem da gávea, instalação e retirada de aparatos, etc). São exemplos destacados: Tom Belling, Pinoccio, Popov (foto), e a dupla Sosman y Gougou.
Mimo-clown: clown mímico, variedade de clown terno, habitualmente mudo. Apresenta-se só e, tendo os objetos como oponentes, demonstra uma grande quantidade de habilidades físicas ou musicais. Neste sentido, suas concepções de dramaturgia são paralelas às do augusto excêntrico. Em geral, o personagem lembra o Pierrot da Comédia Del’arte e é de natureza frágil e delicadamente poético. Expoentes estelares desta especialidade: Dimitri (foto), Pic, Pierino.
Messié Loyal: diretor e apresentador de picadeiro, do qual é autoridade inapelável. É o companheiro mais luxuoso que pode ter uma trupe de palhaços. Loyals destacados através dos tempos: os franceses Sacha Houcke, o domador, Drena y Sergio. Atualmente, na Espanha, destaca-se Popey (filho de José Carrasco Popey) e, na Cataluña, o Dr. Soler. Etimologia: o apelativo vem de uma dinastia circense de inícios do século XIX (Théodore y Léopold Loyal foram os primeiros diretores e chefes de picadeiro da história do circo).
Bufão: Personagem cômica próxima do fanfarrão, do louco, do parvo e do truão, e que se destaca pela indecência e pelo comportamento desregrado. Este comportamento pode ser o exato reflexo da natureza truanesca do bufão ou pode ser pura dissimulação. Partilha com as personagens mais universais do bobo e do louco as deformações físicas que resultam no cômico de caráter. Também pode partilhar com o palhaço e o truão a maquiagem para se apresentar em palco e representar o papel de fanfarrão e bravateador. No teatro de Shakespeare, encontramos alguns bufões que ficaram célebres: Touchstone (As You Like It), Feste (Twelfth Night) e o louco de King Lear. (Texto de Carlos Ceia)
II. Definições ampliadas
Augusto (o palhaço de nariz vermelho)
Personagem: é o mais engraçado de todos os palhaços. Ele/ela é travesso, sociável e generoso nas palhaçadas. Suas ações são importantes, torpes, desajeitadas, deselegantes e inoportunas. Este palhaço não tem muito em comum com o Cara Branca, exceto a maquiagem e a roupa. Sua personalidade é a de um alvoroçador. Quando aparece com o Cara Branca, o Augusto (em alemão significa “tonto”), é o alvo das brincadeiras. Todavia, com o palhaço Tramp, converte-se num incitador com o controle da situação. (Avner na foto).
Maquiagem: o Augusto tem a maquiagem altamente colorida com uma cor base no tom da pele (rosa, marrom claro, avermelhado) no rosto e no colo. Os olhos e a zona em torno da boca são normalmente cobertos de branco para produzir uma expressão de olhos grandes e para acentuar o desenho da boca. Os desenhos nos olhos e bocas, e ao redor, são geralmente pretos e vermelhos, porém são aceitáveis, com moderação, outras cores de recobrimento. Este palhaço vestirá normalmente um grande nariz cômico, apropriado ao tamanho do rosto. O Augusto sempre usará peruca, porém pode escolher entre uma grande variedade de estilos e cores para acentuar a roupa e o tom de pele.
Vestuário: o Augusto tem a maior variedade de desenhos de roupas para escolher, exceto que não usará o tradicional traje-jersey ou macacão do Cara Branca. O Augusto poderia usar uma jaqueta ou casaco curto, normal ou largo, com ou sem cauda, ou uma seleção de quadrados coloridos, riscos, estampas, assim como cores lisas. Normalmente chamado “o pesadelo do alfaiate”, o traje tem cores e padrões que vão complementar a aparência geral do palhaço, sejam ou não cores combinadas. Os tecidos teatrais ou as lantejoulas não são apropriados nos trajes de Augusto. Este palhaço é normalmente um notório brincalhão (de má fama) e pode necessitar um montão de bolsos para levar truques e brincadeiras. O traje pode ser complementado com acessórios extravagantes, como gravatas grandes ou pequenas, suspensórios e sapatos cômicos de muitos estilos e cores. Dentre muitas possibilidades, chapéus, bonés, cartolas e perucas, de variadas cores mas sempre brilhantes, realçarão o caráter do Augusto, assim como luvas brancas ou coloridas. A roupa da palhaça Augusta não varia muito da que usa a palhaça Cara Branca, quanto ao estilo, porém permanece a tradição da combinação de cores, brilhos, berloques e cintas. Mesmo usando tecidos de algodão, o aspecto será sempre elegante e belo. A palhaça Augusta pode usar cores que não combinam e estar totalmente desconjuntada, porém pode também preferir ser uma palhaça bela. Isto é aceitável. Todavia, o Augusto nunca deve usar lantejoulas e brilhos ou sedas e tecidos teatrais. Estes pertencem exclusivamente às belezas do Cara Branca. A Augusta pode escolher ser incompetente, gaguejante ou ter uma personalidade cômica, mais ou menos como o palhaço Augusto.
Mais sobre o Augusto, de uma outra fonte: o Augusto é o palhaço por excelência; é o brincalhão, agitador. É o mais cômico de todos os palhaços; suas ações são mais selvagens, mais diretas que as dos outros tipos. O Augusto se conduz com mais e melhores brincadeiras, quando aparece com um Cara Branca, ele é o alvo das piadas. Normalmente usa um nariz de bola, porém há muitas exceções. Quase sempre usa peruca — geralmente vermelha, amarela ou laranja. A peruca pode ser completa ou só para a calva (da cor da sua pele) com uma franja dos lados e na nuca. O cabelo pode ser liso ou ondulado. Seu chapéu pode ser muito pequeno, às vezes se assenta sobre a careca. Às vezes usa bonés ou gorros. O Augusto original vestia uma roupa na qual escondia brincadeiras contra outros palhaços que, muitas vezes, se voltavam contra ele. O traje tinha calças folgadas para facilitar cambalhotas e acrobacias, camisa muito grande ou muito pequena. Cada peça de roupa (calça, camisa, casaco, gravata e chapéu) tinha um desenho diferente, isto é, riscos e franjas verticais, horizontais, diagonais, quadrados escoceses, etc. As cores de cada peça eram vivas e se chocavam o máximo possível com as das demais peças. Cada parte do traje estava mal ajustado em tamanho, ou muito largas ou muito pequenas. Nos últimos anos (especialmente em competição) o traje do Augusto se vai tornando mais parecido com o do Cara Branca grotesco. Ainda que vários elementos de sua roupa possam ainda não ser sob medida, seus trajes estão mais ajustados e coordenados, às vezes muito elaborados. Contudo parece mais uma peça de espetáculo que um palhaço tonto.
Clowns de Cara Branca
Há três tipos de clowns de cara branca, o Clássico Europeu, o Engomado e o Grotesco. Os clowns Cara Branca são os que estão no comando e representam o poder ou a autoridade.
Carabranca (Clássico) Europeu: muitas vezes chamado de Pierrot. Um clown elegante, artístico, colorido, inteligente e alegre. Sua atuação é supremamente artística e com muitas habilidades, porém com um estilo cômico dramático.
Maquiagem: toda a pele que vemos está coberta de maquiagem branca. Mínimos perfis de cor ou de purpurina são utilizados para exagerar as características dos olhos, nariz e boca. Pode usar um gorro grudado à cabeça em vez de uma peruca colorida. O Carabranca Europeu geralmente não leva nariz cômico, nem pestanas falsas nem orelhas grandes.
Vestuário: considerado o palhaço mais belo de todos os clowns, veste-se com o tradicional macacão ou conjunto de duas peças integradas, branco ou de um tecido de cor que encaixa com o clássico personagem do Pierrot. Os estilos podem variar, porém, em geral, são folgados e feitos sob medida e podem ter um colarinho destacável. A túnica ou camisa é curta, média ou longa e com mangas largas e compridas, retas e bem acabadas. Os botões ou pompons e a gola frisada têm contraste de cores. Calças retas ou não. O chapéu do palhaço deve combinar com seu personagem, pode ser cônico (comprido ou curto), plano ou achatado, ou o típico chapéu de "Pagliacci". As luvas são brancas ou contrastantes e lhe cobrem as mãos e os punhos. Os sapatos são de ballet ou baile, brilhantes e de bico fino.
Carabranca "Engomado": é o aristocrata dos clowns. Assim como o Europeu, é um clown elegante, artístico, colorido, inteligente e alegre. Quando atua com outros palhaços ele é o chefe. Atua muito artística e habilidosamente, com estilo cômico e dramático. Quando atua com o Augusto ou com o Vagabundo, é ele quem manda, organizando as rotinas, dando mais do que recebendo tortaços, pontapés e pratos de nata na cara. É mais engraçado que o Carabranca Europeu, porém mais reservado que o Augusto.
Maquiagem: toda a pele que vemos está coberta de maquiagem branca. Mínimos perfis de cor ou de purpurina são utilizados para exagerar as características dos olhos, nariz e boca. Usa diferentes estilos e cores de perucas.
Vestuário: o traje é feito sob medida. Usa tecidos teatrais (brilhantes, com pérolas, etc), acetinados com lantejoulas e falsos brilhantes. O traje mais comum do Cara Branca Engomado é o macacão de jersey com ombreiras. Todavia, uma roupa de duas peças ou estilo smoking é aceitável também. O traje, acessórios incluídos, deve ser de cores que combinem. Os sapatos podem ser grandes ou pequenos, porem simples. Cartola e luvas.
(Comedia) Cara Branca Grotesco: se o Cara Branca Engomado é o palhaço mais tradicional, o Cara Branca Grotesco, também conhecido como o Cara Branca Cômico, é hoje em dia o palhaço Cara Branca mais comum. Ele é um pouco menos artístico e um pouco mais parecido em espírito com o Augusto. Quando atua junto ao Augusto ou ao Vagabundo este palhaço manter-se-á no poder, estabelecendo a rotina, lançando a torta em vez de receber, esbofeteando ou dando pontapés. Ainda que mais engraçado que o Engomado, este personagem é um pouco mais reservado que o travesso e fraterno Augusto.
Maquiagem: assim como no Engomado, toda a pele visível do rosto, colo e orelhas estão cobertos de maquiagem branca. O colorido e o desenho das feições do rosto é que o diferenciam do desenho clássico. Enquanto o desenho do Engomado se mantém propositalmente simples, o desenho do rosto do Grotesco pode incluir longas pestanas falsas, uma boca mais rasgada, nariz de palhaço e outros elementos. O nariz\ pode ser muito grande ou muito pequeno. Alguns destes elementos podem ser pretos, também são comuns os brilhos e resplendores. Usa-se peruca de estilos e cores variadas em lugar da cartola. A cor da peruca pode combinar com algum detalhe da roupa.
Vestuário: pode-se usar o traje tradicional, mas o Cara Branca Grotesco também pode usar calças e camisas brilhantes, metálicas, trajes e sapatos cômicos. As roupas são mais luxuosas e melhor combinadas que as do Augusto. Seu estômago pode sobressair. Luvas brancas ou coloridas. A palhaça cara Branca Grotesca é semelhante à Augusta; persiste a tradição quanto à coordenação de cores, o aspecto geral será elegante e belo.
Tramp/Vagabundo/Sem-teto
Personagem: há algumas variações neste tipo. O clássico vagabundo representado por Emmet Kelly e Otto Griebling no circo da fama é o triste, oprimido e abandonado personagem que não tem nada e sabe que nunca terá nada. Por natureza, será um solitário, o que se reflete em sua determinação em estar em silêncio, sem falar com ninguém, exceto com seus semelhantes. Suas formas de expressar-se e seus movimentos pesados, arrastando os pés, refletem sua vida dura. O vagabundo, elegante ou feliz homem de negócios, colegial ou playboy que, farto de sua vida, sai da sociedade pela paixão de viajar. Ele é o rei da estrada, feliz com o que tem e não espera mais. Seu caráter pode tomar algumas das características do Augusto. Este tipo foi descrito por Red Skelton em seu personagem “Freddie the Freeloader”. Considerado o único palhaço americano verdadeiro, alguns acreditam que este personagem se desenvolveu na depressão dos anos 30, quando as pessoas viajavam de trem buscando emprego. Outras referências históricas indicam que a maquiagem do vagabundo volta aos espetáculos de variedades e trovadores dos anos 1800 e princípios de 1900. Independente do tipo Tramp/Vagabundo, ele é o alvo das brincadeiras e será quem recebe a torta, a bofetada, o pontapé do Cara Branca ou do Augusto. A “Bag Lady” ou a Velha do Saco, ou a Mulher da Mala, é a versão feminina do Vagabundo.
Maquiagem: a maquiagem representa a fuligem depositada na cara, procedente dos trens a carvão, referência aos criadores do personagem. As áreas da boca e dos olhos se limpam da fuligem para que possam ver e comer. O branco se usa nos olhos e na boca para exagerar este processo de limpeza. O alto do rosto é uma mistura de tons de cores da pele. A linha da barba é negra ou estará sombreada de cinza escuro, para parecer barba e fuligem. Usa-se um nariz vermelho. Um pequeno sombreado vermelho nas bochechas e na testa pode ajudar a criar o aspecto de queimado de sol. A diferença entre os dois tipos de personagem se mostra comumente mediante a forma das sobrancelhas e da boca, ambas acima ou abaixo para mostrar alegria ou tristeza.
Vestuário: normalmente para o palhaço masculino um traje escuro, terno, fraque ou somente uma camisa e calças feitos para parecerem velhos e usados. Para a Bag Lady, um velho e desgastado vestido ou casacão. estes podem estar abundantemente remendados com trapos e outros materiais, costurados com pontos desiguais ou mal-costurados. Um chapéu escuro e maltratado, sapatos e meias esfarrapados, camisas e gravatas desgastadas exageram o personagem. As luvas são geralmente velhas e furadas. Para manter o estado de desempregado do vagabundo, este personagem não costuma usar relógios, anéis e cinturões, meias ou sapatos novos.
Mais sobre o vagabundo de outra fonte: o personagem Tramp/Hobo ou Vagabundo/Sem-Teto é o único palhaço realmente Norte Americano. Este personagem nasceu dos vagabundos que viajavam nos trens de carga ao longo do país buscando trabalho. Ainda que o Vagabundo e o Sem-Teto sejam considerados em uma única categoria, cada um é único. As principais diferenças entre estas subcategorias residem nas áreas de atitudes e roupas.
1. O Vagabundo acredita que o mundo lhe deve a vida, que sua condição é culpa dos outros. Quer (e espera) que todos sintam pena dele. Faz todo o possível para evitar o trabalho. Este cabeludo vagabundo é o indivíduo para quem nada vai bem. Sua cara e pescoço são escurecidos para que pareçam sujos e barbudos. Acrescenta-se vermelho à linha da barba para que a cara pareça queimada pelo sol e a boca e os olhos são brancos onde o vagabundo teria limpado a fuligem com as mãos. As sobrancelhas devem ser pequenas e com um aspecto preocupado. Pode ter uma gota de glicerina ou material similar para aparentar que tem uma lágrima correndo por sua bochecha. sua expressão é, geralmente, triste ou lacrimosa. Muitas vezes os vagabundos usam seu próprio cabelo revolvido para parecer desgrenhado. Se usar peruca, deve ser negra ou de tons mais pálidos. O Vagabundo anda desarrumado, porém limpo. sua roupa é, geralmente, um traje de duas ou três peças extremamente gastas e esfarrapadas. Os rasgões podem ser deixados abertos, ou mal remendados com farrapos e grandes retalhos. A cor é negra ou escura, pode ser marrom ou cinza. A camisa, se houver, pode ser escura ou discordante, qualquer cor que não seja o branco, muito usada, esburacada, puída, com mangas largas, ou uma camisa de trabalho desgastada. A gravata não deve ser espalhafatosa, deveria ser uma norma que esteja amarfanhada. Pode-se usar uma corda como cinturão ou suspensório.
2. O Sem-Teto quer ser um sem-teto. Ele pode estar triste, porém certamente não tem onde cair morto. Muitas vezes parece ser feliz. Um Hobo normalmente não pedirá uma esmola, preferindo trabalhar por ela. Terá um trabalho, porém não por muito tempo porque quer mudar para outro lugar. Seu rosto se maquia como o do vagabundo, exceto na expressão. Tende a rir e seus olhos são maiores, mais despertos, abertos e felizes que os olhos do Vagabundo. A roupa também é semelhante, mas pode ter cores mais vivas em várias partes. Sua camisa pode ser de uma cor brilhante, como muitos de seus remendos. Sapatos gastos gomo os do Vagabundo. A categoria Tramp/Hobo ou vagabundo/Sem-Teto é a única em que se permite o uso de qualquer tipo de luvas. Todavia, se usar luvas devem parecer sujas, manchadas, furadas. O efeito global da maquiagem, vestimenta e atuação deve complementar o personagem representado. 3. Palhaços famosos do tipo Vagabundo/Sem-Teto são, entre outros: Emmett Kelly (foto), Sr. Red Skelton e Otto Griebling.
Bufão – o bobo da corte
Bufões eram os "funcionários" da monarquia, contratados para fazer reis e rainhas rirem. Podiam criticar o Rei sem correr riscos. O bobo teve origem no império romano-bizantino. No fim das cruzadas tornou-se figura comum nas cortes européias. O desaparecimento ocorreu durante o século XVII. Existem sinônimos: jogral, bufão, truão, curinga, palhaço, pierrot, ou, simplesmente, bobo. Vestiam uniformes espalhafatosos, com muita cor e chapéus bizarros com sinos e guizos amarrados. O bobo da corte divertia o Rei e a corte. Declamava poesias, dançava, tocava algum instrumento e era o cerimoniário das festas. De maneira geral era inteligente, atrevido e sagaz. Dizia o que o povo gostaria de dizer ao Rei. Com ironia mostrava as duas faces da realidade, revelando as discordâncias íntimas e expondo as ambições do Rei. Muitas vezes se tratava de um deficiente físico (aleijado, corcunda), e em algumas se tratava de um anão. Houve na História casos de bobos da corte que se envolveram com integrantes da família real. E até um caso que acabou em tragédia, no século XVI na Espanha, quando o bobo da corte foi assassinado depois de se envolver com a princesa. Entre os antigos, para divertimento da classe mais abastada e poderosa, esses indivíduos pitorescos eram tão procurados que foi necessário instituir um mercado especial para esse gênero de negócios, um mercado de bobos. Na hora das refeições, apos as dançarinas, os macacos incríveis e os tocadores de harpa, o "bobo", vindo da Ásia Menor ou da Pérsia, fazia sua entrada ridícula, saudado pelo riso dos convivas. Na Idade Média, não havia um só castelo em que a silhueta caricatural do bobo não surgisse entre as rendas e os brocados. As cortes reais e as cortes feudais lutavam pela posse do bobo mais feio, mais deformado e emissários eram enviados aos quatro cantos do mundo conhecido em busca desses fenômenos humanos, para distração dos poderosos. Bobos célebres: "Dom Bibas" da corte do conde Dom Henrique, do final do séc.XI; Mitton e Thévenin de Saint Leger na corte de Carlos V; Triboulet, o mais famoso, das cortes de Luís XII e Francisco I, conhecido como o Bobo do Rei e o Rei dos Bobos. Na Inglaterra em 1597, Shakespeare criou John Falstaff, o bufão do príncipe Harry, filho do Rei Henry III. Nas cortes espanholas, os bufões eram honrados e muito influentes. O Rei Felipe II andava acompanhado por vários bufões. O pintor Antônio Moro pintou "Pejeron", truão favorito do conde de Benavente. Cristóbal de Pernia era o bobo mais afamado no tempo do rei Felipe IV. Em época aproximada, em torno de 1630, Velásquez pintou com perfeição o "Bufão Calabazas" (foto).
Clown de personagem
Um clown de personagem é o que identificamos com uma profissão (bombeiro, marinheiro, médico, vaqueiro, polícia, menino, personagem de um conto, etc...) Segundo os puristas não se deveria considerar clown de personagem a personagens como Charlie Chaplin, Buster Keaton, Laurel e Hardy, etc, ainda que sugundo o autor deste texto o sejam. Também segundo os puristas versões de personagens de desenhos animados, cães, gatos, etc, não deveriam ser considerados clowns. Não existem normas quanto ao vestuário desta categoria.

(Material extraído do site CLOWNPLANET (http://www.clownplanet.com/) traduzido do espanhol e ilustrado pelo Maestro Cantai especialmente para o MUNDOCLOWN).

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS PALHAÇOS

Os palhaços são conhecidos a aproximadamente quatro mil anos mas, a verdade, é que desde sempre, e através dos tempos, inúmeras pessoas dedicaram-se à arte de fazer rir.
Oriente.
Nas cortes dos imperadores chineses os palhaços adquiriram importante papel, podendo inclusive fazer com que o imperador muda-se de idéia em suas decisões. Por mais de mil anos, em várias partes do Oriente (como Malásia, Burma e o Sudeste da Ásia) os palhaços apareciam em teatros, mesmo em representações religiosas; eram conhecidos como “Lubyet” (homens frívolos), e atuavam como desastrosos assistentes dos personagens príncipes e princesas.
Na Malásia se chamavam “P'rang” e usavam horrendas máscaras de bochechas e sobrancelhas enormes, cores carregadas e um grande turbante, criando uma figura pavorosa.
Alguns dos melhores palhaços asiáticos vêm de Bali; os personagens mais populares e que ainda se pode ver são os irmãos Penasar e Kartala. O primeiro aparece sempre preocupado e angustiado, e nunca deixa de comportar-se bem; o segundo não faz nada do jeito certo, senão tudo ao contrário.
Grécia e Roma.
Na antiga Grécia, há mais de 2.000 anos, os palhaços faziam parte das comédias teatrais. Após a apresentação de tragédias sérias, eles davam sua própria versão do fato, onde os heróis apareciam como idiotas. Seu alvo preferido era Hércules, mostrando que suas façanhas aconteciam mais pelo acaso do que intencionalmente.
Também na antiga Roma existiam diversas classes de palhaços; dois deles eram Cicirro, que se caracterizava com uma máscara de cabeça de galo e cacarejava movendo os braços como asas, e Estúpido, com gorro pontiagudo e roupa de retalhos. Os outros atores aparentavam estar enojados e batiam nos dois palhaços causando ainda mais riso entre o público.
Idade Média.
Já no início da Idade Média, com os teatros fechados, artistas perambulavam por toda parte para atuar onde pudessem, para sobreviver, participando de feiras em várias regiões. Na Alemanha e na Escandinávia eram conhecidos como “gleemen”, e na França, “jongleurs”. Contavam contos, cantavam baladas, eram músicos, malabaristas, acrobatas e toda sorte de artistas. Em épocas mais festivas, grupos de mímicos apresentavam danças e comédias nessas feiras. Nesses grupos , depois dos bailarinos, os personagens mais importantes eram os palhaços, que levavam uma bola atada por um barbante, com o qual iam batendo nos espectadores, a fim de abrir espaço para a atuação dos mímicos. Com frequência levava uma vassoura para varrer as pessoas do local gritando: "Espaço! Espaço! Preciso de espaço para recitar minhas trovas!". As palhaçadas eram, nessa época, mais importantes do que a própria história que se apresentava.
Foi também na Idade Média que surgiu a figura do bufão, ou “bobo da corte”; alguns eram realmente “bobos”, mas a maior parte era formada por palhaços inteligentes que se faziam de estúpidos para alegrar às pessoas.
Na Alemanha, eram chamados de “alegres conselheiros” pois, em suas agudas observações, incluíam bons conselhos.
Ainda durante a Idade Média os palhaços atuaram nos teatros pouco a pouco “re-abertos”, principalmente em comédias religiosas, representando o “diabo”, os “vícios”, a estupidez e o mal. Muitas vezes o narrador era um palhaço que mantinha a platéia entretida, atenta, e explicava melhor a história. Cada vez mais o papel do palhaço foi se tornando mais importante, ressaltando os contrastes, até que William Shakespeare mostrou que o palhaço podia não só fazer rir, como fazer chorar, e tornar ainda mais dramáticas as cenas trágicas de uma obra, os palhaços passaram a ser tão importantes, nessas representações, quanto os atores sérios de grandes clássicos do teatro.
Commedia dell'Arte.
No século XVI, na Itália, surge a “Comédia de Arte”, com companhias e personagens que se tornaram muito populares.
Cada um vinha de uma região diferente da Itália e tinham características marcantes que os tornavam facilmente reconhecíveis. É o caso do Arlequim, com sua roupa de retalhos; o Pantaleão, veneziano, e de vermelho; Briguela, de branco e verde; Polichinelo, de branco e gorro pontiagudo; o Doutor, de negro e o Capitão, com sotaque espanhol e roupas militares. Esses personagens tinham características muito definidas e seus papéis eram quase sempre os mesmos e se tornaram tão famosos que os atores eram mais conhecidos pelos personagens que interpretavam do que por seus próprios nomes.
Da Itália, a Commedia del'Arte se estendeu por toda a Europa, adaptando-se a cada país, como na Inglaterra, onde, por exemplo, Pulcinella se tornou Mister Punch, personagem conhecido até os dias atuais, ou o Pierrot, transformado em “clown”, sendo que o mais famoso foi Grimaldi, nascido em 1778.









Os primeiros circos.
O circo moderno parece ter surgido a partir de 1766, criado por um jovem sargento, chamado Philip Astley. Primeiro, com atrações equestres e, logo, enriquecendo as performances com artistas mambembes e atrações mais divertidas para mesclar com as exibições de equitação. O palhaço mais importante foi “Mr. Merryman”, que atuava a cavalo.
Com o tempo mais atrações foram sendo incluídas, surge o palhaço “branco”, ou “clown”, vestido ricamente com lantejoulas e gorro pontiagudo, cara branca e pouca maquiagem; o “augusto”, tonto, desajeitado e extravagante; o “toni” e o “excêntrico”, colaborando para que a gargalhada corresse solta.
Vários números de palhaços, conhecidos como “entradas”, se tornaram clássicos, como “O Espelho Quebrado”, “Hamlet”, “A Água”, “A Estátua”, “O Barbeiro de Sevilha”, etc, e podem ser vistos ainda hoje em grandes circos. Outa maneira do palhaço participar dos espetáculos circenses é através das “reprises”, pequenas cenas de palhaços que acontecem enquanto se prepara a parafernália de um novo número (como preparar as jaulas, o trapézio, etc.). No início do século XIX outra participação importante dos palhaços se dava na segunda metade do espetáculo, quando estes apresentavam uma “pantomima” cômica, um pequeno espetáculo de cunho teatral, dentro do espetáculo circense, muitas vezes baseado em clássicos da dramaturgia e da literatura mundial.
O palhaço era, até pouco tempo, o principal personagem de um circo, sendo uma honra ocupar esse papel. Geralmente, os palhaços são habilidosos em alguma arte, muitos são grandes acrobatas, músicos, malabaristas, domadores, bailarinos, piadistas, cantores, etc.
Hoje em dia os palhaços ocupam espaço não só nos circos, estão presentes nas ruas, nos teatros, na televisão, no cinema, em vários e infinitos espaços e, se um dia, descobrirmos vida em outros planetas, descobriremos, também, novas formas de fazer rir, pois, dentro do mais íntimo de todos os mundos, existe, reluzindo o riso, o Mundo do Nariz Vermelho.

FONTE: MUNDOCLOWN